quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

O céu e o mar

Claro, tranqüilo, calmo. Assim tudo aparentava estar. Eram seis da manhã, acordou cedo ou talvez nem dormiu, se sentia bem. Uma leveza estranha, uma sensação de que as coisas ainda poderiam dar certo, que ainda poderia haver uma esperança. Pena que tudo se esvaí tão rápido quanto vem, pena que nada de positivo tem força o bastante para lidar com um pessimismo forte como o dele.

Queria parar no tempo, não mais pensar em suas angústias costumeiras que tanto lhe consumiam. Não queria mais morrer, de fato. Ele pensou em continuar. Deixar as coisas irem, tomarem seus rumos. Era difícil, mas ele estava disposto a mudar. Sua intuição julgava identificar uma mudança. Ainda mais que há tanto tempo não havia mudanças em sua vida.

É pena também ele nunca ter sido dono de uma intuição leal, digamos assim. Não podia criar expectativas, era do seu eu. Não podia se trair, e infelizmente se via sendo traído por si próprio. “Por que estou sorrindo?”, se perguntava e não encontrava a resposta. Mas daí começou a repensar tudo que vinha acontecendo e viu que a resposta era tão clara quanto a brisa invisível que lhe passava pelo rosto.

Foi ela. É ela. Finalmente ele abriu os olhos e reparou o que lhe trouxe aquela atmosfera mágica e confusa. O céu se apaixonara pelo mar. Difícil, complicado, sim. Difícil e complicado, mas real. O mar lavou as marcas ruins do céu e ele estava disposto a amanhecer cada vez mais lindamente. Cada vez mais cheio de graça.

O céu mudou de cor ao encontrar o mar, é fato. Mas infelizmente essas mudanças bruscas e aparentemente felizes nada de bom têm a os oferecer. O céu ia sofrer, o mar nem tanto. O mar estava preparado pra encarar tudo friamente, o céu se via corrompido e imerso na ilusão de que tudo ficaria bem, de que tudo estava bem.

Pobre céu, sempre pensando tanto no mar. Por que as coisas tinham que acontecer dessa maneira? O céu que estava claro agora se enchera de nuvens, vinha ficando cada vez mais escuro. Quanto mais próximo do mar se sentia, mais aparentava estar preparando uma tempestade. Era tudo uma tentativa frustrada de conseguir tocar o mar, por mais breve que aquele momento fosse.

Conseguiu, seus pingos de água se encontraram com a imensidão do mar no mesmo instante que ele reparou que jamais havia reciprocidade naquele sentimento. O mar não conseguiria subir até o céu, só o vapor que enchiam aquelas nuvens de um sentimento tão bonito e incerto não seriam prova de que aquela loucura daria certo.

Não daria certo, nunca daria certo. Chegou a hora do céu abrir novamente e não mais se envolver nessa história que só lhe traria uma futura desilusão. Ao parar para pensar melhor no assunto, depois de se ver claro novamente, ele notou que era incapaz de amar. Ele e ela não ficariam juntos. O céu e o mar não poderiam ficar juntos. Por mais que tentassem, por mais que quisessem. Amor só é amor quando se é dado e recebido na mesma quantidade, e isso não era capaz de se desenvolver apenas por culpa dos planos de uma mente apaixonada e muito provavelmente entorpecida.


"Meu coração bate como um pandeiro num samba dobrado".


quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

A via láctea


Quando tudo está perdido
Sempre existe um caminho
Quando tudo está perdido
Sempre existe uma luz...
Mas não me diga isso...
Hoje a tristeza
Não é passageira
Hoje fiquei com febre
A tarde inteira
E quando chegar a noite
Cada estrela
Parecerá uma lágrima...
Queria ser como os outros
E rir das desgraças da vida
Ou fingir estar sempre bem
Ver a leveza
Das coisas com humor...
Mas não me diga isso...
É só hoje e isso passa
Só me deixe aqui quieto
Isso passa
Amanhã é um outro dia
Não é?...
Eu nem sei porque
Me sinto assim
Vem de repente um anjo
Triste perto de mim...
E essa febre que não passa
E meu sorriso sem graça
Não me dê atenção
Mas obrigado
Por pensar em mim...
Quando tudo está perdido
Sempre existe uma luz
Quando tudo está perdido
Sempre existe um caminho...
Quando tudo está perdido
Eu me sinto tão sozinho
Quando tudo está perdido
Não quero mais ser
Quem eu sou...
Mas não me diga isso
Não me dê atenção
E obrigado
Por pensar em mim...
Não me diga isso
Não me dê atenção
E obrigado
Por pensar em mim...


segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Desculpas de perdedor (versão enumerada de 1 a 20)

1. Ah, gente. É que deu uma dor-de-cabeça na hora da prova, juro que se não fosse por isso tinha feito bem mais... é que sabe, né?

2. Eu tinha acertado 78249 milhões de questões, mas é que marquei errado no gabarito, aí já viu. É que eu tava me garantindo tanto, que quando fui passar pra lá nem prestei atenção. Hehehehe

3. O problema todinho foi que eu fiquei muito cansada da viagem, aí não rendi tanto na prova e tal.

4. Acertei um mooooooontão, mas corre o risco de eu não passar porque o curso é alto, sabe? Não que eu não seja capaz, é, enfim, rs.

5. Menine, que tinha um barulho infernal na minha sala, nem consegui me concentrar na prova, tão fácil que a prova tava.

6. Não acertei muitas, mas é que tava difícil, né? SUOAISUAIOSUAIOU ‘

7. Meus concorrentes são muito fortes, não que eu seja fraca.

8. O fiscal da sala implicou comigo, não deixou fazer a prova, acredita? Tive que sair marcando aleatoriamente no gabarito, nem vi a prova. /cry

9. É que não era isso que eu queria, sabe? HAHAHAHA, nem estudei, pow.

10. Se eu tivesse estudado, rapá. Uma prova fácil dessas não é todo ano, não. Uma pena eu não ter ficado preocupada e tal.

11. hihihih, é que não deu tempo, hahahaha, sabia de tudo, hehehe, mas nem deu tempo, ó.

12. Geeente, fiz a prova de porre, acredita? Por isso que não fui bem, senão tinha fechado geografia, história, química, física, biologia, matemática e errado só uma em cada uma das outras. Ahuehauehuahe

13. Foi o nervosismo.

14. Foi a paciência.

15. Foi culpa do professor.

16. Foi culpa da concorrência.

17. Mas eu sou tão novinha ainda, passo no próximo.

18. Cheguei atrasada e perdi a prova, HOHOHO

19. Não passei porque não quis.

20. CURSINHO TEM TODO ANO, NÉ? :D

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Então, agora peço a vocês, queridos leitores, para me dar um conselho: Qual dessas fica mais adequada para eu dizer aos meus pais quando o resultado sair? HAHAHAHA, me arrasei, cara!

domingo, 13 de dezembro de 2009

é uma pena, é tudo fruto da minha imaginação. /semata

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Há toda uma interligação. Se meu presente fosse bom, não pensaria tanto no passado, nem teria uma expectativa tão negativa do futuro. Talvez eu nem pensasse tanto assim no futuro, talvez eu vivesse realmente o que há para ser vivido. É confuso... toda essa nostalgia, toda essa falta, esse vazio existente em mim e, principalmente, todo esse desconhecimento, toda essa vontade de descobrir o motivo do forte descontentamento. O que está errado? Tudo? Nada? Qual o foco da questão? Eu não sei. Eu, sinceramente, não sei. Esboços de epifanias me vêm à cabeça, se desfazem tão logo eu percebo sua presença. Não agüento mais.