sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Passa, nuvem negra!

Não adianta me ver sorrir, espelho meu. Meu riso é seu, eu estou ilhada. Hoje não ligo a TV, nem mesmo pra ver o Jô. Não vou sair, se ligarem não estou. À manhã que vem nem bom-dia eu vou dar, se chegar alguém a me pedir um favor, eu não sei. Tá difícil ser eu sem reclamar de tudo... Passa a nuvem negra, larga o dia e vê se leva o mal que me arrasou, pra que não faça sofrer mais ninguém. Esse amor que é raro e que é preciso pra nos levantar, me derrubou, não sabe parar de crescer e doer.




Ps.: Murilo, eu sei que essa música é sua, só sua, só e somente só sua. Mas por favor, perdoe-me, foi mais forte que eu. Narra as minhas nuvens negras, e eu a peguei "emprestada" de você, digamos assim. Prometo não mais transtornos futuramente, ok? haha. Beijo!

Ps.2: Aos demais, não devo satisfação alguma, certo? rs Então... Eu desaprendi a escrever, não que um dia eu soubesse, mas agora está mais complicado que o habitual. Vou poupar-lhes de ler baboseiras de uma menina passando por agosto. Quando agosto passar, pode ser que melhore. Vai saber, né? Enfim... Qualquer dia eu apareço aqui com alguma coisa nova, até lá.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Lembrete de porta de geladeira.

Então quando eu parei com aquela névoa ilusória de dias perfeitos e me deparei com a realidade, eu vi que estava sozinha. Não havia família, não havia Deus, não havia amigos, não havia você, nem havia paz. Só eu, meu apartamento velho, uma desordem sem fim e a solidão. Essa solidão que eu guardei aqui dentro por tanto tempo, e por ter me enganado por uns dias, pensei que tivesse ido embora. Não vai. E pra ser bem sincera, não acho que queira que ela vá. De uma forma ou outra, é só o que tenho, é só o que me entende e só o que faz meu mundinho autista continuar girando. Com tanta gente no mundo, por que logo eu tinha que ser desse jeito? Por que eu não nasci ao menos dez por cento mais normal do que eu sou? Seria tão mais fácil se eu conseguisse parar de me questionar, mas eu não paro. Eu preciso disso pra continuar vivendo... pra continuar existindo. Sorte ainda ter as questões, pior que isso deve ser ter as respostas.

Laranja Mecânica

"Então houve o chame assim de esmigalhamento e amarrotamento e Bog* e os Anjos e os Santos meio balançaram as cabeças como que para govoritar que não dava tempo dessa vez, mas que eu devia tentar de novo, e então tudo assim escarneceu, esmecou e desapareceu e a grande luz quente foi ficando fria, e aí lá estava eu como antes, o copo vazio na mesa e com vontade de chorar e sentindo que a morte era a única solução pra tudo."

*Deus


terça-feira, 17 de agosto de 2010

O infinito dos seus olhos me faz encontrar o infinito...

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Disorder

Conceitos. Eu e essa minha mania de tentar por conceitos em tudo que vejo pela frente. Mas por que ser tão racional, santo Deus? Seria tão mais fácil aceitar e parar de buscar justificativas e explicações para o motivo de estar aqui. Todos os dias à espera do novo, do que vai surpreender, do que vai fazer valer a pena, sempre em vão. E de que vale viver, afinal? Um busca incessante por uma felicidade que eu nem ao menos sei se existe. Ou se existir, que eu não sei se vou alcançar. Onde está o erro? Em meio a crises existenciais fortíssimas, penso que o erro pode ser justamente a dúvida. Quero me alienar, me perder, não mais me encontrar nem encontrar esse turbilhão de pensamentos loucos e soltos que tenho aqui dentro. Uma lavagem cerebral, por favor. Talvez seja só isso. Mas falta. Um vazio maior que eu dentro do peito. Preciso amar. E pode ser que esse excesso do que falta também contribua para minha tristeza. Sim, digo minha. Só eu sei, sinto e entendo. Não há sorriso no rosto que destrua esse “Muro de Berlim dentro de mim”, não há frases feitas que consigam me passar a perna e me fazer acreditar que vai dar certo. Vai dar certo? Quero otimismo, amor, alegria, motivos. Quero tudo e não quero nada, quero a morte ao passo que quero a vida. Alcançar meus ideais, mas eu não tenho ideais. Se os tiver, desconheço. Eu quero me formar, ter um emprego, ganhar dinheiro, casar, ter filhos e viver feliz para sempre, mas eu não. Eu não faço questão, nem sempre é isso. Não quero mais ser um vaso vazio, um estereótipo de vida perfeita, dessa vida perfeita que não existe. Dessa vida que talvez nem exista. Vai que seja só um sonho... quero acordar. Quero acordar num domingo de manhã, numa casinha no campo, sentir o cheiro do verde, olhar pro lado e ver quem eu amo. Não acrescenta nada. Tenho que parar de pensar nos acréscimos, ainda não terminei o primeiro tempo. Se eu pudesse, viraria este jogo. Estou tão confusa que nem sei o que eu quero na verdade, nem o que quero, nem o que posso. Uma fraqueza estranha, deixo tudo pra trás e sigo em frente. Circular as pedras não vai tirá-las do caminho. Volto atrás, olho por trás do ombro e tento refazer. Mas o passado fica no passado, meu bem, e o que eu estou dizendo agora era futuro há pouco tempo. Preciso lidar com o tempo, antes que este escorra entres os meus dedos. Já escorre. Ainda pulsa. Algo aqui dentro, vai que eu tenha um coração de verdade. Vai que todo esse gelo que há por fora seja apenas uma fina camada de neve que ficou do primeiro inverno, nada que um verão não possa dar jeito. Só que cansei de esperar o verão, entende? Nada de primavera, verão ou outono. Só inverno. Mudanças. Abraços, beijos, sorrisos sinceros e eu te amos. Alegria. Motivos. Conceitos. Razões... Como estou sendo irracional agora, não posso deixar que essa ânsia de ver tudo mudar tome conta de mim, não posso me perder dentro dessa vontade demasiada, doentia e masoquista de amar. Logo eu, que nunca amei na vida, nada nem ninguém. Logo eu, que nunca admiti na vida ter sentimentos. É tão fácil dizer “logo eu”. Ninguém sabe a dor de ser o que o outro é. Vou anotar num caderninho para nunca mais subestimar a tristeza alheia. Não posso ser a menina mais triste do mundo. É, a menina. Essa autoflagelação não permitiu que eu crescesse perante aos meus olhos. Preciso de ajuda. Não há ninguém pra recorrer. Estou sozinha e não tenho voz pra gritar, não tenho pernas pra correr, não tenho olhos pra enxergar o que está a um palmo de distância da minha realidade, sou apenas uma semente que esqueceu de germinar e que agora talvez seja tarde demais. Nunca é tarde demais, meu rapaz. Pode ser que seja tarde demais, confesso. Meu trem já pode ter saído da estação, eu sei, mas eu não sei, eu só poderei saber de fato se for lá e conferir isso com meus próprios olhos. Mas este receio de ir até lá à toa, de já ter perdido a viagem, só faz com que eu perca mais meu tempo e o tempo não pára, escoa, cai feito cachoeira que segue o rio e deságua no mar. Meu mar de angústias e de gritos silenciosos e desesperados. Perdoe minha incoerência, mas é assim que eu me sinto: incoerente, como um amontoado de palavras soltas sem significado algum. Uma vida inteira “vivida para dentro”, o esboço de algo que pode vir a se tornar algo belo, mas que até o momento só tem significado para o próprio autor. Autor este que não possui nem sequer uma borracha e um lápis para recomeçar e que talvez, por isso, tenha deixado esta história ainda por escrever, esperando o momento certo. O momento certo pode não ser tão certo assim. Veremos.