quinta-feira, 28 de julho de 2011

Jornalismo (in)decente

Boa tarde! Hoje, como todos os outros dias, acordei, tomei meu velho e bom café, e vim dar uma conferida nas notícias do dia. Quase que passando despercebido, vi no G1 uma nota que em partes me deixou um tanto que incomodada. Acerca do próprio jornalismo. Eu sei, tudo bem, pode não ter sido intencional, mas o rodapé fez toda a reportagem valer a pena para mim. O texto refere-se à um processo derivado de uma crítica ofensiva feita através do twitter. Crítica esta, que feriu à honra de Geneton Moraes Neto, o seu "Dossiê geral" conta com o seguinte asterisco:

 "Ah, sim: como eu ia dizendo antes de ser interrompido pela narração de minha incursão pelos corredores da Justiça, minha relação com esta joça popularmente conhecida como Jornalismo é acidentada. Meu demônio da guarda me sopra de meia em meia hora, ao pé do meu ouvido esquerdo : “Get out ! Get Out ! Get out ! Bata em retirada! Baixe a cortina! O Jornalismo não é , nem de longe, o que você pensava quando chegou numa redação aos dezesseis anos de idade ! Você era um inocente imberbe, achava que fazer Jornalismo era simplesmente contar da maneira mais atraente possível o que você tinha visto e ouvido na rua, era descobrir personagens fascinantes que ninguém conhecia, era se esforçar para fazer as perguntas certas na hora certa a anônimos ou famosos, era tentar retratar da maneira mais fiel a Grande Marcha dos Acontecimentos, era olhar a vida como se fosse uma criança que estivesse vendo tudo pela primeira vez, era devorar todos os jornais e revistas que lhe caíam nas mãos para aprender com quem sabia fazer, era não deixar jamais que o veneno do engajamento político contaminasse o exercício da profissão, era ler e reler os textos dos mestres, era ter a certeza de que não existe assunto desinteressante: o que existe é jornalista desinteressado. Quá-quá-quá ! Deixe de ser estupidamente ingênuo! Jornalistas de verdade jogam notícia no lixo; criam dificuldade para tudo; apostam na mesmice mais cinzenta; deixam de publicar uma história interessante porque “a concorrência já deu”; fazem Jornalismo pensando nos outros jornalistas, não no público; pontificam sobre todos os temas do Universo; participam de campeonatos de vaidade; escorregam na autorreferência obssessiva, na pretensão descabida, no egocentrismo delirante, no exibicionismo vulgar. Os jornalistas estúpidos, feito você, acham que é tudo um absurdo indefensável. Para que, então, prolongar este equívoco ? Get out ! Get out! Get out ! Mas você não me obedece. Você, bobo, tenta preservar os sinais vitais do menino ingênuo que, lá atrás, apostou no Jornalismo. Você sabe que a tentativa é rigorosamente inútil, mas é a única coisa a fazer. Continue tentando, então. Pode ser divertido ! “ . Depois de me soprar estas palavras, num ritual que se repete há anos, meu Demônio da Guarda se recolhe, sorridente, porque tem certeza de uma coisa : quase nunca eu o obedeço, mas, no fundo, sei que ele tem toda razão)."


Foi como um soco no estômago para mim. A ex-futura-jornalista-frustrada, que ainda guarda no fundo uma esperança em relação a um jornalismo decente, um jornalismo com o intuito crítico e informativo, e não só de despejo de um monte de verdades e inverdades em busca de dinheiro. A máquina humana. O óleo da máquina, na realidade. E fere saber que o Demônio da Guarda do Geneton é sincero. Que talvez eu mesma, se tivesse o seguido o trajeto que queria ter seguido, pudesse me sentir da mesma forma num futuro não tão distante. Um futuro que poderia estar próximo mas que ficou pra trás como metade das outras coisas que importavam pra mim. E calejou tanto que nem importa mais. Quase nada importa mais. Nem sei se cabe, só sei que dói. Enfim... É isso. Quem quiser a reportagem na íntegra, segue o link:
http://g1.globo.com/platb/geneton/

Até mais.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

He, she and all my wishes

Ontem à noite eu fui dormir pensando em como é interessante algumas pessoas encontrarem o amor da suas vidas assim tão perto, e depois de tanto tempo. Não teve como deixar de lembrar de vocês dois. Vizinhos. Desde crianças. E daqui a pouco mais de duas semanas estarão formalizando esse pedido de “fique comigo até o fim da minha vida”. Chego a pensar que estou envelhecendo mais rápido do que parece quando lembro quando tudo começou, e lembro numa riqueza de detalhes enorme, em como foi tudo tão bonito, inesperado e sem pretensões. Então essa é a hora em que eu e qualquer outra pessoa que conheça vocês dois joga aquele bom e velho “quem diria, hein?”. Mas falo isso com a felicidade estampada no rosto. Nesse clima de romance, festa e vestidos, não há como deixar de torcer um minuto sequer para dar tudo certo na vida de vocês, da mesma forma que vem dando nesses últimos anos. Informar-lhes também o quão orgulhosa estou de tudo isso, de vocês dois, do amor de vocês. E agradecer por ter sido escolhida para ser sua madrinha, a mais ansiosa madrinha de todos os tempos, que quer acima de tudo a felicidade de duas pessoas tão queridas e especiais como vocês são para mim.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Quando o segundo sol chegar

Para realinhar as órbitas dos planetas...


Eu sei que não tenho motivos, que nada que eu disser pode justificar minha maneira infantil de agir e as coisas que falo vez ou outra, mas eu só quero que você tente entender. Entender que eu confio em você, que eu sei que você não mentiria para mim. E justamente por isso eu me vejo feito criança boba, insegura e assustada, tremendo de medo só da possibilidade de lhe perder, ou de sequer lhe ter, sem saber qual das duas alternativas seria pior. Então quando eu imagino que posso fazer a você o mesmo mal que eu faço a todo mundo que se aproxima de mim, entro em pânico. Morro e renasço a cada frase, sempre buscando uma brecha pra alguma coisa qualquer nas entrelinhas, e não há nada.  Nada além da vontade de que você estivesse aqui, ao alcance dos meus braços, e eu pudesse lhe abraçar do modo que eu falei que faria. E farei. E nem sei é saudável toda essa necessidade que eu tenho de você... Mas como escapar? Como fugir de algo que indiscutivelmente me faz tão bem? Deveria fugir? Eu não conseguiria. Eu não quero. E esses anseios me agradam tão mais que os de outrora. Essa convicção, tudo tão certo. A parte de mim que teme é tão mais frágil do que esta que acredita. Por mais que eu tente ponderar, deixar tudo bem equilibrado, foge do meu controle. Foge tão depressa que não há tempo sequer de eu tentar reverter. E eu também não quero. Não quero fugir. Quero esperar. E espero. Com um sorriso no rosto e um relógio na mão, contando cada segundo antes de você chegar.

domingo, 10 de julho de 2011

Losing myself. In time, out of time... Whatever.

You've been on my mind, I grow fonder every day.
Lose myself in time, just thinking of your face.
God only knows why it's taken me so long to let my doubts go,
You're the only one that I want.
I don't know why I'm scared, I've been here before,
Every feeling, every word, I've imagined it all.
You'll never know if you never try, to forgive your past and simply be mine,
I dare you to let me be your, your one and only.
Promise I'm worth it, to hold in your arms,
So come on and give me a chance,
to prove I am the one who can walk that mile, until the end starts.
If I've been on your mind, you hang on every word I say,
Lose yourself in time, at the mention of my name.
Will I ever know how it feels to hold you close,
and have you tell me whichever road I choose, you'll go?

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Indecisão

"Vi minha vida se desenrolar diante de mim como uma figueira de um conto que havia lido. Da ponta de cada ramo, um gordo figo roxo acenava e me seduzia com um futuro maravilhoso. Um figo significava um marido e um lar feliz com filhos, outro era uma poetiza famosa, outro uma professora, outro era Esther Greenwood, a surpreendente editora, outro era a Europa, a África e a América do Sul, outro Constantin e Sócrates e Átila, um bando de amantes com nomes esquisitos e profissões originais, outro ainda era uma campeã olímpica, e acima de todos esses figos havia muitos outros que eu não conseguia entender. Vi-me sentada sob essa figueira, morrendo de fome, só porque não conseguia decidir qual figo escolheria. Queria-os todos, e escolher um siginificava perder o resto. Incapaz de me decidir, os figos começavam a murchar e apodrecer, e um a um caiam no chão a meus pés."

Da minha autora, do meu livro favorito, da minha redoma de vidro.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

I've never been alone

Durante essa semana, passei várias horas pensando em algo que pudesse te surpreender. Como já era de se esperar, minha capacidade criativa sempre em baixa, não permitiu que eu pudesse elaborar nada digno de você. Então eu decidi te escrever. Como se já não o fizesse todos os dias, de muito bom grado. Eis que para inovar, mesmo que tão minimamente, pensei em colocar aqui, nas minhas brisas e nos meus ventos. Decidi deixar, junto com grande parte do que eu sou e do que eu passei ou do que eu quis ter passado, um pedacinho do meu afeto por você. Não, eu não conseguiria transcrever tudo, seria superestimar o poder das palavras. E mais um carinho que só aumenta, tão nitidamente e tão rapidamente... É, não seria possível colocar tudo. Talvez essa seja só mais uma das inúmeras justificativas que eu posso utilizar para explicar a minha ânsia de falar com você o tempo inteiro. Deveria te parabenizar pelo seu aniversário, mas tenho tantos outros motivos mais fortes para isso que acho que até ofusca um pouco isso de estar só completando mais um ano. Mais um ano que tenho o prazer de ter você por perto, mesmo que longe. Tenho ainda mais a te agradecer, por todos os risos, todas as conversas, todos os planos, ciúmes e até desentendimentos. Você consegue transformar tudo, cada detalhe do meu dia, em algo bonito e memorável. Consegue me fazer sonhar acordada a cada minuto meu, sentir-me pequena diante da imensidão disso tudo, ter a certeza que não estou – e nunca estive – sozinha, e esperar o dia em que vamos nos ver do mesmo modo que uma criança esperaria o melhor presente que poderia ganhar. É bem isso mesmo. Um presente. O meu presente. O mais engraçado é que hoje, se alguém deveria ser presenteado, esse alguém é você, mas enfim. Não há como fugir dessa certeza do que você é pra mim. Não há como negar o sorriso que abro a cada palavra sua. Parabéns por ser a pessoa mais bonita que eu já conheci, por ser tão compreensivo, tão carinhoso, tão inteligente, tão tão lindo, tão fofo e tão perfeito mesmo com todas as imperfeições que julga ter, cada uma delas faz com que eu me sinta extasiada e completamente encantada. Obrigada por ser tudo isso, por sua confiança e, principalmente, por estar comigo. Sempre. Feliz aniversário!

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Pela janela do quarto


Eu ando pelo mundo, e  meus amigos, cadê?
Minha alegria, meu cansaço...
Meu amor, cadê você? Eu acordei, não tem ninguém ao lado.

Fantasiando

Pintor: Ela prefere imaginar uma relação com alguém ausente do que criar laços com aqueles que estão presentes.
Amelie: Hum, pelo contrário. Talvez faça de tudo para arrumar a vida dos outros.
Pintor: E ela? E as suas desordens? Quem vai pôr em ordem?

domingo, 3 de julho de 2011

Quanto à mesma balada do amor inabalável

“Ela tinha vontade de gritar para todo mundo justo aquilo que ela não se arriscava nem em pensar mais alto.”

O problema é que o mundo inteiro pra ela não passava de uma pessoa, daquela pessoa. Que sempre, havia tanto, ela tentava demonstrar o seu carinho e nunca havia conseguido. Por incompetência fosse dela ou de outrem, tudo em vão. A feracidade e velocidade com que o tempo passa ainda a assusta. Só não mais do que essa certeza de que ainda está aqui tudo que ela queria que não estivesse, e que não está aqui a única coisa que ela queria que estivesse. E machuca, ela olha pra baixo, levanta a cabeça e vê que não dá pra ir em frente. Nem pra voltar atrás. Nem sequer pra andar em círculos. Ela está apenas impotente e desnorteada. Não vai sair do lugar agora, tampouco depois. Precisa daquele apoio, justo aquele que já está muito à sua frente, que correu lado a lado com o tempo, que não se deixou ficar pra trás. Luísa tem motivos pra disfarçar o riso e desviar o olhar. Só não entende porque aquela pessoa que não gosta mais dela, pelo menos não como gostava antes, não consegue deixá-la ir embora. Prefere ficar alimentando nela uma ilusão que já lhe é permanente, que já se ampliaria sem precisar de outro impulso além do dela. Ouvir aquela voz ainda faz com que seu coração pareça que vai sair pela boca e por aquela boca saem palavras tão desconexas que fazem a pessoa do outro lado da linha sorrir e brincar. E aquele sorriso, aquele jeito doce à sua maneira, fazem com que Luísa transborde de alegria por um minuto. No outro, no que se sucede, que não há mais ninguém do outro lado, ela senta na sua cama, ainda encarando o celular e tem vontade de morrer. Seja de saudade, tristeza, ou amor.


Quanto às incertezas mais persistentes

"(...) Pois meus olhos vidram ao te ver, são dois fãs, um par. Pus nos olhos vidros para poder melhor te enxergar. Luz dos olhos, para anoitecer é só você se afastar. Pinta os lábios para escrever a sua boca em minha? Que a nossa música eu fiz agora, lá fora a lua irradia a glória. E eu te chamo, eu te peço: Vem! Diga que você me quer, porque eu te quero também!
Passo as tardes pensando, faço as pazes tentando te telefonar. Cartazes te procurando, aeronaves seguem pousando sem você desembarcar, pra eu te dar a mão nessa hora, levar as malas pro fusca lá fora.
E eu vou guiando. Eu te espero, vem? Siga onde vão meus pés, porque eu te sigo também. E eu te amo! E eu berro: Vem! Grita que você me quer, que eu grito também!
E eu gosto dela e ela gosta de mim, eu penso nela... Será que isso não vai ter fim?"