terça-feira, 29 de novembro de 2011

Vou pra rua e bebo a tempestade

Com tantas combinações de dias e horas que existem no ano, por que eu tinha que nascer logo virginiana com ascendente em virgem? O destino quis brincar de ser sacana e foi. Essa minha mania de exatidão me dói tanto, não obstante a vida cheia de desgraças, ainda tenho o ônus de acreditar/esperar que os outros sejam como eu. Seria fácil até, se todos fossem assim. Mas como posso me achar tão exata se nem consigo entender o que é que me faz se sentir desse jeito agora? Eu espero dos outros o que eu faria. Não é assim, Vanessa, desse jeito vai doer sempre. E dói. E eu não canso de apanhar. É tão difícil ser sozinha, desse tipo de solidão. Não tem nada de silencioso na minha dor, esse pranto grita. Nem o som ligado no volume máximo e a voz de um ou todos os cantores de blues do mundo conseguem abafar. Nem a edição de 30cm em couro daquele livro que eu já li algumas vezes consegue esconder a lágrima que escorre vagarosamente até cair na minha boca. É um jeito estranho de não saber o que fazer. De mexer o cabelo e esperar a outra pessoa dizer o que você precisa ouvir e ela ir embora. É a indecisão mais voraz do mundo, quanto a não saber se é melhor ficar sozinha ou sair de casa e assistir sozinha ao novo desfile da Victoria’s Secret. Então eu digo que vou, ligo o chuveiro e desisto de ir. Tomo meu banho e me jogo na cama. E desejo que tivesse alguém ali que pudesse me abraçar enquanto meu choro se confunde com a água do meu cabelo. Uma vontade de estar na casa dos meus pais, por mais que não fizesse diferença, nem sei por que. Queria estar em qualquer lugar que não este. Queria ser qualquer pessoa que não eu. Nessas horas, até amigos eu queria ter. Sei lá, alguém que eu pudesse ligar mesmo que pra não dizer nada. Que pudesse ouvir meu silêncio com atenção, sem descaso. Então eu ligo pra você, que sempre acaba, de alguma forma, sendo o único indício de fortaleza – mesmo debilitada – que eu posso ter. Mas e então... eu ligo e pareço não falar coisa com coisa e não falo. E você não entende e desliga. Então eu ligo de novo e te faço acreditar que eu estou com raiva quando a única coisa que eu tenho é tristeza, vazio, solidão. Não era isso o que eu queria dizer, aquilo, quis dizer. É sempre mais difícil te explicar. Principalmente, porque diga o que disser, sempre vai parecer que eu estou te culpando de alguma forma e eu não estou. Eu só queria colo. Alguém que ficasse em silêncio comigo, enquanto eu grito por dentro. E que meus gritos interiores se comunicassem com os teus e eles se sentissem próximos como por vezes eu me sinto de ti. Mas não sou. Você não me conhece e isso me assusta. Por mais assustador que pareça pra você, quem mais teme sou eu. Desliga mais uma vez o celular e eu me entrego à minha tristeza. E volto ao banho e me visto e me preparo pra sair e pra mudar de vida. De que adiantaria sair agora? Queria fugir dessa solidão, ver alguém, a única pessoa que eu agüentaria passar mais de dez minutos hoje é justamente a que menos faz questão de estar comigo. E é chato esse peso de ser um fardo na vida de alguém. Eu sei, todo mundo tem direito de estar mal, não quero te forçar a querer estar comigo. Nem eu queria estar comigo. Queria que passasse. Queria que alguém chegasse e me dissesse que vai passar, por mais que não passe, ou por que não passa, por que não é fácil, porque não passa, porque não é fácil. Volte pra dentro de mim, Vanessa, não queira sair pelos olhos, já te perdi demais. Passa, tempo. Faz-me esquecer, deixar de lado, como já deixei outras vezes. Tenta me adormecer. Mesmo Chico Buarque já tendo me dito e provado inúmeras vezes que não faz a dor passar. Faz o tempo. Um dia vai bastar.

domingo, 20 de novembro de 2011

Meu medo é um dia acertar


"Você anda triste, quieto e nervoso, e não fala comigo. Isso me irrita e dá câncer. Odeio me dar conta que no final somos felizes apenas em fotografias. Que nossos sorrisos em conjunto cabem muito bem no colorido e luminoso do papel. Nas brigas recorrentes, sorrisos só de ironia e sarcasmo, sorrisos que se calam depois de portas batidas. Eu não perco por me angustiar, você brinca com minha aflição. Quanto tempo demora pra esfriar uma cabeça? A minha congelou e você nem desceu as escadas. Eu ligo, mas este telefone está impossibilitado de receber chamadas. Ou não atende por pirraça.
Isso de viver intensamente, à flor da pele, usando contra mim os espinhos que deviam me proteger, já me rendeu lágrimas e dores de cabeça. Eu vivo como se cada dia ao seu lado fosse o último, meu medo é um dia acertar. Volta correndo pra cá, não aprendi a esperar. Você me dá certezas, mas sempre me deixa com vagas promessas. Parece que foi, mas talvez possa voltar. Mas não responde. Parece até saber que fico assustadoramente feliz com esse melodrama de ser uma mulher incessantemente triste.
Aí você me liga mais tarde e diz sentir falta minha. E que agora devo estar andando de lado a lado, agoniada, em busca de sinal. E revirando fotografias. Eu odeio fotografias e sua intuição barata. Você acha que sabe tudo sobre meus gestos e segredos e isso me deixa claustrofóbica justamente por ser verdade. Parece assim que você me fez. Então eu me faço. Fria e indiferente, numa crueldade que só uma mulher machucada é capaz. Mas você me olha e me enxerga e isso me apavora. É por isso que tento esconder no telefone minha vontade de passar 50 dias inteiros por semana contigo, nervoso, fitando o nada, tanto faz.
E mesmo com o coração cheio de nós, não dou o braço a torcer. Minha infelicidade vem de tempos, depois da sua aparição, ela só ficou mais sorridente. Abro a porta e grudo os olhos num filme dublado ou na janela aberta, pra fazer um "quê" de que o mundo lá fora tem argumentos melhores que os seus. Porque tudo me importa mais que sua voz convincente. E não me toca enquanto fala, ou meus poros e pelos me passam pra trás e assim meu jogo não vai pra frente. Vai falando, digo daqui se tá ou quente ou tá frio.
Não me resta dúvida, comigo você tem uma dívida. Não importa quantas vezes me fez rir e gemer no escuro do edredom, olha na minha cara de "vivo-feliz-com-ou-sem-você" e me diz se já não é hora de desafogar minhas pendências femininas, te contar de cada ofego, cada medo, cada lamúrio meu, tudo mentira, só pra ver se você tá mesmo atento. Sua impaciência te deixa mais burro que a porta que se fecha. Você diz que sou feito uma pedra no caminho do nosso acordo, mas só se for um daqueles montinhos de açúcar que empedram com o tempo e logo derretem no calor da boca.
É claro que aceito beijos e desculpas, minha desconversa é um mecanismo pra separar os babacas dos frouxos dos escrotos. E eu até estranho você ser um moço tão bacana, que só anda nervoso, achando que vai dar tudo errado em algum plano que não sei qual é. Pode ficar, eu deixo, mas só se você pegar no tranco e falar. Não sou sua mãe, mas pode chorar um pouco se quiser. É até bem bonitinho. Me deixa provar que também sei ouvir, pra depois a gente decidir onde comer e tudo seguir dando certo."

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Dá pra fugir de tudo, menos do que se é.

A questão estava aquém. Era o que mais doía, não saber o que doía. Mas doía. E ainda dói. Ninguém tem o direito de querer falar sobre a minha solidão, ninguém pode supor que consegue entender as minhas angústias ou subestimar os meus amores, os meus acasos. Nem eu. Nem mesmo eu tinha o direito de me levar tão pouco a sério. Não é uma questão de amadurecer pensamentos com o tempo, isso tudo já amadureceu tanto que caiu da árvore e deu outros frutos, ainda mais podres. É tudo de uma podridão tão grande que eu fecho minhas narinas e meus olhos e minha mente pra tudo que há de vir. E também nem sei se há de vir alguma coisa. Nem faço questão que venha. Por mais que, quando chegue a alta madrugada e eu me veja sozinha aqui dentro – não só dessa casa, mas dentro de mim – eu tenha vontade de chorar. E não chore. Como que para provar a mim mesma que ainda sou forte e que nada disso me atinge. Mas atinge tanto que rangem meus ossos, que mal consigo ficar de pé. Que todo mundo pergunta se eu não tenho dormido direito. Sei que há algo errado comigo. Alguma coisa fora do lugar. Alguma coisa ou tudo. Sou toda desordem. E nem adianta tentar organizar, é em vão. É o tipo de coisa que está predestinada, embora eu não acredite em destino. Nem em destino, nem em Deus, nem em acaso, nem na vida, nem em mim. Completamente desacreditada. Não é por isso que eu sou infeliz, é por escolha. Preciso achar o caminho de casa, cansei de ter me perdido. Cansei de tanta coisa. Até de fingir que me importo quando sou toda indiferença. E sou. Indiferentemente triste e melancólica e deprimida e cheia de sorrisos forçados. Nada disso é tristeza, só indiferença. Vai passar.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Chuva

"Chove lá fora
Qual chuva dentro do meu coração
Sinto a tristeza caindo, em pingos de dor.
Solidão.
É ruim ter tanto amor, sendo só
Que o sol não ousa nem chegar
E só Deus pode me consolar dessa dor
Ah! como você foi ruim.
Nem meu pranto fez você ficar
Nem a chuva fez você voltar."

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

If I had...

“I want to taste and glory in each day, and never be afraid to experience pain; and never shut myself up in a numb core of nonfeeling, or stop questioning and criticizing life and take the easy way out. To learn and think: to think and live; to live and learn: this always, with new insight, new understanding, and new love.”  love. love. love.

Is there no way out of the mind?

É estranho me sentir desse jeito de novo. Quantas personalidades eu tenho? Não sei se consigo lidar com minha própria indiferença. Apavora. Sufoca. Uma vontade esquisita de ficar sozinha e ilhada. Como se a única coisa capaz de me trazer bem-estar fosse uma semana inteira trancada nesse apartamento, sem celular, sem internet, sem livros, sem ninguém. Só eu, minha solidão e um café, ou dois... Eu preciso de imparcialidade. Preciso ser racional. E sou tanto que não pareço humana. Preciso ser mais humana, queria precisar mais dos outros. Onde está a saída de emergência? Não agüento mais ter que me agüentar.

Tato, olfato, audição, visão e loucura.

O barulho das chaves dando a volta na fechadura arranca de uma delas um sorriso de canto de boca. Uma forma sutil de perguntar “o que tem pra hoje?”. Remete diretamente à Laranja Mecânica. À ultra violência. Aos tantos filmes, livros e segredos em comum daquelas duas. E à semelhança gritante existente entre elas, contrastando tanto com seus gestos calculados. A certeza da ausência de pudores desnecessários. Como se o mundo as temesse... e com motivos. O barulho dos saltos ecoa pelo corredor tão alto que não se escuta nada além. Em silêncio, as mulheres caminham lado a lado, sem destino certo e cheias de más intenções. Para elas, também a maldade é uma questão relativa. E também García Marquez concordava que moral era uma questão de tempo, não de valores. Sem trocas de palavras, ambas diminuem a velocidade dos seus passos também tão iguais, e se beijam. O barulho daquele silêncio eloqüente é suspenso pela voz de uma delas, que se dirige a um estranho, que por possuir suas mesmas e peculiares características retribui com um outro sorriso, mas com a mesma malícia. Também o estranho possui alguém que se assemelhe diretamente a ele. E, por uma questão não só de matemática, mas de instinto, os quatro se entendem tão bem quanto se fossem só um. Ou talvez até melhor do que com si próprios. Como que ligados por algum ímã, seus corpos tendem a se aproximar numa velocidade excepcional. O barulho baixo de algum disco de rock alternativo é rapidamente substituído por suspiros intensos e ordenados. Num outro cômodo, um som abafado de risos. Um cheiro de loucura e risco no ar. E há algo no mundo que desperte mais o desejo? Pode até haver, meus caros, mas se houver, todos eles desconhecem. E também não importa. As bocas com gosto de álcool e vontade não se largam por um segundo sequer, a certeza de que algo com aquela intensidade não acontece todos os dias aguça mais ainda o querer entre os quatro. O som parece cada vez mais distante e de repente não há barulho nenhum. Só tato. E se tocam e se sentem e sentem vontade de se aproximar ainda mais. A noite está acabando. Poucas horas, muita atração. Rapidamente agora se beijam, ele, ela, eles. Seus rostos inocentes agora indicam um outro subentendido desejo, o de não parar por ali. O bom senso chama. Sem mais delongas, sem entender muito bem, em passos rápidos, as duas vão embora, paralelamente. Tão paralelas quanto as vidas que carregam nas costas. Quanto os segredos que aquelas mentes preferem guardar numa área restrita e perspicaz dos seus cérebros. No dia seguinte, O barulho do despertador faz um deles acordar com gosto de ressaca na boca. Olha para os lados, não há mais ninguém ali. Nada mudou. Como se a noite anterior nunca tivesse acontecido. Ou se nada daquilo tivesse passado de um sonho psicodélico, desconexo, mas indubitavelmente fascinante... e ameaçador.

domingo, 6 de novembro de 2011

Dreamdust

- Do you know what a poem is, Esther?
- 'No, what?' I would say.
- A piece of dust.

Then, just as he was smiling and starting to look proud, I would say, 'So are the cadavers you cut up. So are the people you think you're curing. They're dust as dust as dust. I reckon a good poem lasts a whole lot longer than a hundred of those people put together.'

And of course Buddy wouldn't have any answer to that, because what I said was true. People were made of nothing so much as dust, and I couldn't see that doctoring all that dust was a bit better than writing poems people would remember and repeat to themselves when they were unhappy or sick or couldn't sleep.

sábado, 5 de novembro de 2011

Como transformar lágrima em canção

"Ora, quem aqui não sabe o que é se sentir sozinho?"
Não sei se pela brisa com cheiro de chuva, por estar de volta à casa dos meus pais ou pela trilha sonora, hoje me bateu uma nostalgia tão forte. Como se eu pudesse voltar três ou quatro anos atrás só de fechar os olhos. E eu fecho, e eu sorrio. Não foram tempos fáceis aqueles, talvez não possa olhar pra trás e dizer que foram bons tempos, embora meu lado masoquista implore para recordar cada mínimo detalhe daquele período cinza. Ainda posso sentir o gosto de vodka barata na boca, na boca que dizia palavras tão desconexas, cheias de emoção e de dor. A boca de agora, a mesma que só cala. O período de agora não é tão diferente, se eu colocar tudo numa balança. Dói do mesmo jeito, como sempre doeu. Chego a pensar, inclusive, que é esse meu destino: passar a vida inteira deixando a vida passar por mim e deixando isso me atingir de uma forma doentia. Mas é engraçado como algumas coisas conseguem marcar a gente. Não sei se foram as pessoas, se foram as músicas de Zeca Baleiro embalando tantos porres e choros e risos e abraços e beijos e mordidas e nostalgia dos tempos que passaram e que agora eu não queria que voltassem, porque agora eu queria que outros tempos voltassem e talvez um dia eu queira que o de agora volte e eu nunca esteja satisfeita com o presente, nem com o passado, nem espere nada do futuro. Talvez nem haja um futuro. É tudo incerto. Menos eu. Eu não. Eu sou certa, eu só me conservo, infelizmente, sem mudanças. Nada de mudanças significativas, nada de impacto ou relevância. Eles não estão mais aqui, minha amiga que me abraçava e dizia que tudo ia ficar bem, agora abraça a própria barriga, o bebê que nascerá daqui a vinte dias, o seu filho, que tantas vezes ela vai se ver obrigada a dizer que tudo irá ficar bem, por mais que não fique, tal qual me dizia  que ficaria e que nunca ficou. O meu amigo, o que bebia doses puras de vodka e dividia o mesmo cigarro comigo, agora está longe demais daqui, bebendo doses puras de qualquer outra bebida e dividindo algum cigarro com outras pessoas. E eu fiquei só. Ou nem tão só assim, ainda restou a última de nós comigo. Eu e ela nos entendemos, mas sempre fomos as mais frágeis, as mais tristes. Talvez não as mais tristes, mas as que menos sabiam lidar com a tristeza. As inconformadas. As reclamonas. As que a vodka não conseguia aniquilar a dor, só acentuar. Restaram as recordações. Restou a certeza de um passado sombrio e bonito. Com amor. Meu, dela, deles. Por mais que o destino os tenha separado da gente. Ainda sorrio quando pego o telefone e posso ouvir suas vozes do outro lado. Como se voltar no tempo fosse uma questão só de mexer nos ponteiros do relógio, ou de por um outro calendário na parede. Nós quatro ainda nos entendemos bem, o tempo foi quem não entendeu a nossa necessidade de se ter por perto. Dói não ter por perto. E dói também, que quando a gente se tem por perto, não dá pra falar das mazelas da vida com aquele tom de cotidiano, há todo um resumo a se fazer, há meses de palavras presas, há palavras que se perdem nos meses e esquecem de sair. Há palavras que às vezes nem se perdem, mas são tímidas, não têm mais aquela audácia de outrora. É bonito, de qualquer forma. É saudável os ter. Eu sinto falta. Eu sinto um pedacinho de mim arrancado, ou melhor, sem hipérboles, um grande pedaço de mim arrancado, que ficou naquele passado triste. Boa parte veio comigo. Veio me abraça. E me faz lembrar de como eu sempre fui e sou só. De como eu gosto de ser assim. Do quanto isso sempre me atrapalhou e atrapalha. No fim das contas, eu só continuo sendo a reclamona. No fim das contas, meu mundo continua cinza e bagunçado. Nunca consegui ordenar minhas desordens interiores. Nunca consegui compreender a razão de me sentir e de ser desse jeito. No fim das contas, eu sou ainda a menina que ficava bêbada para fugir da realidade e para tentar preencher o vazio que o destino impusera. Mesmo em outra cidade, mesmo com a liberdade que eu achava que me faltava, mesmo sem ninguém pra me ditar ordens ou sem os ares negativos que tanto me perturbavam, eu sou a mesma. Ainda cheia de calos, ainda transbordante de dor. Talvez um pouco mais pervertida, com uns anos a mais nas costas, uns quilos a menos no corpo, um bocado mais malvada. E que agora, como antes, só precisa de força. Pra lidar, além de tudo, com a saudade dos meus anos passados. Pra lidar, acima de qualquer coisa, com a saudade de vocês.