quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Meus olhos doidos, doidos, doidos, são doidos por ti

 
O arvoredo inventou um balé, e eu resolvi desinventar o silêncio sem fim que havia inventado um dia. Talvez por querer a rima diferente, não mais vazia, preenchida. Enfim... É que eu tenho confirmado algumas análises de outrora, que, porventura, julgo ser válido te deixar ciente: eu nunca desisti dos planos daquele assalto de versos retos e corretos; mas, sim, reguei os restos de paixão e espero que sirvam para nós. Cresceram. Fazem ventar... Do tipo de vento que quando bate no rosto a gente fecha os olhos e esquece os problemas. Bagunça-me a ideia de que você não entende quando eu grito tudo isso, em cada entrelinha, e que te assusto, a cada vírgula e a cada frase, no doce dessa minha loucura, que também é tua, pra usar a sós. Assusto-me, inclusive, por mais que tenha encontrado coragem ou insanidade em algum lugar, por não entender. “Estranha-me”, cabe melhor. Já que não entendo e não busco compreensão. Só busco olhar telhados, não necessariamente de Paris, em casas velhas e mudas. Contudo, com, necessariamente, você do meu lado.  

domingo, 18 de novembro de 2012

Onde será que você está agora?

Eu perco o chão, eu não acho as palavras.
Eu ando tão triste, eu ando pela sala
Eu perco a hora e chego no fim
Eu deixo a porta aberta...
Eu não moro mais em mim.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

E a saudade, o que será?

Então o médico me perguntou:
- O que sentes?
E eu respondi:
- Sinto lonjuras, Doutor. Sofro de distâncias.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

More than words

É aí que você chega, do seu jeito: sem chegar. Eu tô lá, parada, de frente ao portão, perto daquela roseira velha, e você tá passando na rua, com um ar descompromissado de quem não me vê ali. Eu continuo parada, atônita, gritando por dentro, implorando que você me note, mas sem me mover um centímetro sequer. Você não nota. Até que eu dou um passo à frente justo na hora que você também dá um passo à frente, no mesmo exato e maldito momento, e passa por mim, eu fico atrás. Eu fico pra trás. Como já havia ficado antes. Como eu insisto em ficar todas as vezes... como você insiste em nunca reparar.